O envelhecimento é marcado pela ocorrência de várias alterações que se associam ao aumento da susceptibilidade às doenças. Fatores que influenciam a variação da longevidade são: fatores genéticos, estilo de vida e exposição ambiental.

Persiste o desafio de distinguirmos dentre essas alterações, aquelas relacionadas às doenças, às interferências do estilo de vida e às relacionadas com o avançar da idade, ou seja, todos da mesma espécie, em algum momento, passarão pelo mesmo processo.

Por exemplo, com o passar dos anos, todos os indivíduos tornam-se mais desidratados, apresentam aumento da gordura corporal e redução da musculatura, principalmente das fibras de contração rápida. Com isso, a força muscular vai diminuindo estando 40% menor a partir dos 80 anos, quando comparado aos 20 anos do mesmo indivíduo.

Importante alertar que para avaliação da saúde muscular é necessário diferenciar critérios como: força , massa (volume muscular) e desempenho ( performance/ qualidade muscular).

Estima-se que a partir dos 50 anos de idade, o processo de perda de massa muscular seja de 2% ao ano, e que ocorra uma diminuição de força muscular de aproximadamente 4% ao ano! A redução da força ocorre 2-5 x mais rápida do que a perda da massa muscular!

Sabe-se que a força muscular é máxima por volta dos 30 anos de idade.

Existem algumas estratégias comprovadas com o objetivo de preservar a saúde muscular, para garantir bem estar, disposição e qualidade de vida durante o tratamento e ao longo do processo de envelhecimento.

Para pontuar algumas delas, reforçamos como primeira recomendação a importância da prática de exercícios resistidos (com carga), como ocorre na musculação, numa frequência mínima de 2x/semana. Vale lembrar que, não existe paciente que não responda aos estímulos para ganhar força e massa muscular. Portanto, independente da idade, todos podem se beneficiar, melhorando disposição, bem estar e qualidade de vida.

A segunda estratégia está relacionada a alimentação. Sabemos que após os 60 anos existe uma resistência anabólica, ou seja, maior dificuldade em construir fibras musculares. Observou-se que um maior suprimento de proteínas na dieta, é capaz de romper essa resistência, otimizando assim o ganho de massa. A suplementação de creatina pode ser indicada, desde que o indivíduo seja submetido aos estímulos físicos, do contrário, não haverá benefícios. Assim como suplementação de compostos bioativos, ômega 3, vitamina D, etc. Lembrando-se que as doses e as estratégias devem sempre ser individualizadas. Não existe prescrição que sirva para todos. Podendo inclusive representar riscos a saúde caso não haja acompanhamento de um profissional habilitado.

Gerenciamento do estresse, do sono e otimização do eixo hormonal são igualmente importantes e podem fazer parte da estratégia de preservação da saúde, com o objetivo de modular o processo de envelhecimento.

No que tange o complexo funcionamento do nosso organismo, aonde todos os sistemas estão interconectados, dependentes entre si para gerar energia, para construir tecidos e garantir a proteção de um todo, o sistema músculo- esquelético tem um papel fundamental quando objetivamos garantir independência, preservação do bem estar e qualidade de vida durante o processo de envelhecimento.

Escrito por Dra Poliana Chueri Lima na data de 29/05/2021.